Vou ferindo o mundo para saber o desejo da luta que se transforma com a música nas ruas e nos vales como se fosse uma nova esperança procurando como sempre uma forma de vida mesmo sem acordes vocais sentindo gosto de lama vindo do Palácio Central vou ter que sentir o cheiro penetrando em meu corpo e lutar pela certeza de que viver amor não é só aquí na terra e o tempo vai passando com grande satisfação para sempre sou oprimido mesmo depois da anistia não consigo sentir a luz do sol tem que haver união pois faca sega também corta fere a carne da gente na Ilha Grande ou no asfalto até no roçado de cana e tudo se transforma no final o verde e o amarelo se confundem com o brilho do sol de mais um fim do dia que virá novamente amanhã canta meu povo guerreiro o desejo de ser livre de plantar no mundo a semente que quiser pois a terra não é de ninguém mas se for preciso vou pisar no solo quente e fazer do olhar distante uma fonte de prazer para sentir o mundo de perto