Olhando o facho de fogo na mão Vou caminhando no sertão Alumiar a vida do meu povo Que morre na seca do nordeste A cabaça não tem água A caçimba já secou Só resta agora a esperança Ou comer mandacarú Tempo esse já não sei Em que posso acreditar Se a chuva demorar muito O sertão vai se afogar Esperar verde já não posso Esperança já morreu Partirei de pau-de-arara Para o mundo da ilusão Não ficarei para sempre Não vou me acostumar. Se chover lá no sertão Voltarei para plantar Sementes no solo fértil E viver ao deus dará.