Eu procuro a Canaã De que eu seja andarilho Vou entregar meu amanhã Para um Deus ou prum caudilho Que proíba que a lã Eu costure junto a linho Que me peça de manhã O holocauasto do meu filho Quero sede frio e fome Ser escravo e aprendiz A aflição que me consome Há de ser força motriz Vou mudar de rosto e nome Renegar pais e país Eu procuro quem me tome Do que sou de quem me fiz O silêncio é um lugar Que eu procuro no degredo Lá eu quero ajoelhar Té que já não tenha medo Eu prometo em seu altar Despejar meu desespero Eu prometo me calar Eu prometo eu prometo Ai de mim como é difícil Sobreviver em confusão A liberdade foi um vício De que espero a remissão Que seja o último suplício O suplício da razão Eu procuro meu início Minha morte e redenção Eu procuro em todo canto Um sacerdote que me dê A melodia para o canto E uma lei pra obedecer Que me indique qual de tantos É o deserto percorrer Eu procuro um sábio um santo Que me diga o que é viver Exumei com saduceus Os porquês dos serafins Estudei com fariseus Os cem nomes de eloim Eu tentei eu tentei eu Vou tentar até o fim Eu procuro por um Deus Que seja digno de mim