É triste ser boiadeiro Perdido neste sertão Tocando boi o dia inteiro Na mais cruel solidão O dia às vez tá bem quente Às vez tá frio de rachar E peito não vai a gente Seguindo sem descansar As mata vai sempre andando Mais longe que o céu inté E a gente vai se alembrando Do rancho e das muié Quem tem seu sítio plantado Não gosta de abandonar Mas tem negócio tratado Os bois precisa embarcar E a gente parte cantando Com uma dor no coração Os fio fica esperando A muié tarvez que não Ás vez estoura a boiada E o causo então dá trabaio Tem hora que não faz nada Se cansa de jogá baraio A vida é triste é verdade Mas sempre há quem resista A dor cruel da sôdade É o boiadeiro paulista