Sentado a porta do rancho Com uma viola na mão Lá está um caboclinho Fazendo versinhos de pé no chão Agradece a Deus Pelo dia que se foi No mangueiro uma eguinha No terreiro uma galinha Pastando lá na grotinha Uma vaquinha e um boi E na cozinha do rancho Maria esquenta o feijão Num fogãozinho à lenha A coitadinha pena sem reclamação Feliz pelo pão do dia Pelo que pode fazer Lavou roupa o dia inteiro Varrei todo o seu terreiro Limpou até o galinheiro Pro galo não maldizer E assim vive o caboclo Nas terras do meu sertão Subindo e descendo serra Tirando da terra o sagrado pão Fiel às coisas de Deus Sempre humilde como quê Nas divisas nacionais Teria partes iguais Se cobrasse os cereais Que o povo vive a comer E assim vive o caboclo Nas terras do meu sertão Subindo e descendo serra Tirando da terra o sagrado pão Fiel às coisas de Deus Sempre humilde como quê Nas divisas nacionais Teria partes iguais Se cobrasse os cereais Que o povo vive a comer Ô ô ô ô ô Caboclo do meu sertão