Ah! Esse silêncio das pessoas A reparar meus trajes pobres Em cada cabeça uma sentença A maquinar ideias mórbidas O homem de gravata italiana Chegou depois de mim, já foi chamado E a moça loira do decote ousado Não sai mais de lá Me ponho a folhear uma revista antiga Olhando pros meus pés, encabulado Três voltas no ponteiro e eu aqui sentado Lendo e relendo a carta de apresentação Está chegando o fim do expediente A sala já está quase vazia É quando a secretaria vem dizer O doutor não está, saiu, foi à reunião Volte outro dia