Nesta terra tão ardente, um sincero coração Faz a viola, outrora quieta, entoar uma canção O peão cavalga lento, toca o gado pro curral Outro dia sem lamentos, todo o dia é sempre igual A menina da janela da casinha sem pintar É a certeza do vaqueiro de um dia aportar Fazer um canto pra ela das coisas do coração Contar as lidas do campo de um campeiro redomão Leva consigo a viola, esperança é o seu guia Rédea firme e potro bom, vai em frente, escolhe a via Cor de terra é a sua alma, das durezas do sertão Pela vida tantas lutas, tantas vezes sendo peão Trapaceia a dor e a mágoa, sempre em busca da razão Sabe que o mundo é duro, pra quem não tem força, não Menina de olhos negros que estrelas vem contar Só espera que esse moço possa um dia se chegar A vida ensina a dor, a dor ensina a viver Quem tem muito amor pra dar tem carinho a merecer