Me ensine pajé Que a cultura indígena Não é o que dizem e a imprensa relata Que não é a cultura de quem aprisiona Os irmão brancos em busca de terra Mas é aquela que clama Um pedaço de chão pra salvar sua espécie Me ensine pajé Que tua posse ancestral Não é motivo de apropriação gananciosa Que tua essência, ao contrário do branco Não seja para servir-se, mas para servir Minha fé me permite olhar no horizonte E palmilhar no mesmo compasso Me ensine pajé Que a cartilha de tua nação Pode ser partilhada com teu irmão branco Que na escola da vida Possam conviver em harmonia Nossos guris e teus curumins Haverá o dia em vamos ungir O banco da paz em troca da cor urucum Me ensine pajé Me ensine pajé