Gaudareou por coxilhas e montes, veredas, campinas Nunca dantes campereadas Gaudereou por rincões campesinos do rio grande amado Como um centauro dos pampas O corpo e o espírito independentes, as marcas na fronte A chama ardente da tradição rio-grandense A raça crioula que é a alma da gente Fervendo nas veias, o sangue de um chucro Foi campeador de querencias Gaudereou por encostas e vilas, fronteiras do pago Alma errante e orgulhosa Gaudereou por plagas distantes, sem rancho ou pousada Que um dia pudesse voltar Vivendo fogoso, cresceu nessa terra Um pingo tordilho e um cusco arisco Foram seus dois companheiros Um peão que o minuano talhou para ser Um guapo altaneiro, um índio solito Que a liberdade ganhou como herança E este gaudério que a nada se apega Um dia o destino, um laço, trançou Em seu pelego uma China bonita Gravou um punhal de paixão a seu jeito O guasca teatino, mudou o seu rumo E uma porteira da vida cruzou E suas peleias viraram estórias Taperas de um tempo coberto de glórias