Mestiço caboclo valente De coração inocente E incapaz de olhar Nasceu lá no seio da mata Cresceu amando a cascata O Sol, a Lua, o luar Um dia porém veio alguém Fingindo querer-lhe bem Com mil promessas no olhar E agora mestiço padece Aquele olhar não esquece E vai tudo abandonar Parece que a natureza falando Diz-lhe tristonha chorando Ingrato vai nos deixar Mestiço não vás embora Dizem mil vozes na mata Diz um arbusto que chora Diz a fonte, o rio a cascata Dei água pro teu batismo Murmura a fonte a chorar De um galho meu, diz o cedro Teu pai fez um berço pra te embalar Não vás embora mestiço Fugindo a quem não te quer Que a cura pra teu feitiço Está nos lábios de outra mulher