Se eu for contar a minha vida Qualquer poeta escreve um drama Já desejei estrelas e alcancei Mas já pisei na lama Fiz serenata à luz da Lua Cantei paixões desiludidas Gostei de andar à toa por aí No meio das perdidas Já fui senhor e dono dos cabarés Fui recebido como um rei nos bordéis Vivendo assim deixei meu sangue Nos velhos botequins do mangue Já tive o brilho da riqueza a meus pés Mas já dormi nos pardieiros e hotéis Na boemia da cidade Gastei a minha mocidade Minha louca fantasia Foi assim me envelhecendo Fiz de tudo que podia E de tudo que eu fazia Não me arrependo Quando lembro que alegria Quando conto me comovo Sei que nada volta um dia Mas eu juro que faria Tudo de novo