Dedico a você que está me ouvindo E talvez sentindo saudades também Ó flor do mocambo vestida de luto Herança de um fruto, dos beijos de alguém Você flor divina, tão simples, tão bela É flor amarela do meu pé de jambo Sou triste, poeta cativo mais amo Por isso lhe chamo de flor do mocambo Não tenho riquezas, pra lhe ofertar Navios no mar nem copa cabana Só tenho a viola, a vida e o molambo Ó flor do mocambo, da minha cabana Lhe dou as estrelas, a Lua a cascata O campo e mata, o riso e o pranto Estrela cadente, luz de vagalume Venha dar perfume aos versos Que eu canto Lhe o peixinho, que morre na areia E a voz da sereia, que canta escondida Eu só quero apenas, que os dias seus Se unam aos meus, nos dramas da vida Odeio as guerras, da vil raça humana E o homem que engana, ao seu criador Mas morro brigando, no céu e na terra Que até faço guerra, pra ter seu amor Olhando a inocência, que tem seu sorriso Eu fico indeciso, sem saber o que faça Você é poema, de felicidade Que planta saudade, na alma da raça Quando a mocidade fugir, for embora Olhando a aurora, sem saber por que Aí chorarei, já quase no fim Com pena de mim, pesando em você Termino o poema, olhando pra Lua Linda Deusa nua que sente ciúme Ó flor do mocambo, dos meus desenganos Ao passar dos anos, não perca o perfume Ó flor do mocambo, dos meus desenganos Ao passar dos anos, não perca o perfume