Você ri da minha pele Você ri do meu cabelo Saravá, sou sarará, e assim quero sê-lo (quero sê-lo) Já é tempo de sonhar, superar o pesadelo Ninguém mais vai nos calar e acorrentar o meu tornozelo Sou Rainha de Sabá A coroa é o meu cabelo O meu canto milenar Ninguém pode interrompê-lo Minha dor é de cativeiro A sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro A sua é de cotovelo Temos a cor da noite, filhos do açoite, tipo Usain Bolt Ninguém pode alcançar E nada nos cala, já foi a Senzala, já tentaram bala Ninguém vai nos parar Filhos de Luanda vindos de Wakanda, hoje os pretos manda Cê vai ter que escutar Por mais heroína com mais melanina, tipo Jovelina Pretas são pérolas Eu venci o preconceito e fiz de um jeito Que vários se inspiram em mim Com muita resistência, virei referência Pra outros que vem de onde eu vim Da Brasilândia pro Brasil inteiro Hoje sirvo de modelo É preciso respeitar Minha pele, meu apelo Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo A minha dor, ai ai ai Vários passou por ela Teresa de Benguela Teve também Mandela Eu vi várias favela Só quem carrega a dor Foi de cana a cortador Sabe o peso, o valor Do que se refere Axé e muito amor Com batuque de tambor Pro meu ancestral Nagô Meu passado me fere, -ere É hora de se libertar, redenção Rainha de Sabá juntou Rei Salomão Para exaltar, para louvar a cor em questão E acalmar o seu coração Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo Minha dor é de cativeiro E a sua é de cotovelo