Alguns tiros eu ouvi e de repente o silêncio Será que mataram meu irmão primeira coisa que eu penso Outro filho que Jesus levou Ou talvez outro devedor que o Diabo a alma cobrou Só um a mais, consumido pelo mal Só outro excluído, coberto com jornal Já foram vários e vários irão A morte é inevitável, mas muitos se foram em vão É nossa rotina, é o que vivemos Perdas inevitáveis, muitas vezes não entendemos Quantos irmãos se vão deixam saudades Quantos ainda vivem aqui só de maldade Felicidade, palavra desconhecida pra nós Com a saudade, no quarto hoje me pego a sós Um retrospecto tipo um filme de terror Cenas que me acompanharão por onde eu ainda for Dói no coração, gerando uma grande revolta E os inocentes? Quem nos trará de volta? A cena é triste, quem perdeu alguém já sabe Um pensamento fixo, desejo que isso acabe Mas quando, quem e por que irá me responder? Quando a paz irá prevalecer, será que para alcançá-la será necessário morrer? Sofrer é o preço que pagamos pra viver Sofrer é a maldição jogada em quem nasceu Na terra que Jesus foi traído e morreu Quero a paz, quero a paz Viver em paz, viver em paz A tristeza está presente no fundo do olhar Cada vida uma historia e cada um vai carregar Dentro de si uma semente, um sentimento de vingança Um ódio acumulado, deixado como herança Talvez nosso castigo, talvez nossa sentença Não sei se isso é vida ou teste de sobrevivência Aqui é cada um por si no meio de um fogo cruzado Da miséria e da violência nenhum pobre foi poupado Se condenado reprisa a rotina, prolonga o sofrimento Saudade é inimiga ferindo o sentimento Lamentos não trarão o filho que se foi O ritmo é frenético, o mundo não dá boi Pra quem entrou no crime a passagem foi depressa Em nome de Jesus, te peço irmão, saia dessa Quero a paz, quero a paz Viver em paz, viver em paz