Peço que o vento me compreenda Nas flores que colhi por ele Que saiba, generoso, perdoar Coisa que envelheci não sendo Que possa eu então me conformar Peço que meus amores cresçam A ponto de eu não ir com eles Que sejam livres para me levar Por dentro do que são, inteiros Que possa eu enfim me completar Espero seja permitido Da eternidade visitar passado Sem machucar ou ser ferido Sobrevivi do amor ao lado Peço que o criador entenda As vezes em cima do muro Minh’alma tonta saiu pra dançar E fez de conta que era Lua Par de uma Lua que nem estava lá Peço que mais que um pai, tu sejas Ao fim de tudo benfazeja Aparição do todo que se é Para que crer seja possível Também depois de se esgotar a fé Que do alto as minhas mão vazias Tenham calor a dar à imensidão Abrindo o caminho de nuvens Sem dor, sem peso e Sem dimensão Amém