A vista cansada do expediente é difícil de ver para além do comum A jaula invisível da conta-corrente te deixa dormente e és tu só mais um Não consegue pensar Agride insiste não aceita ideia oprime tem sempre uma opinião Havia em si mais de duas cabeças, mas sinceridade e verdade não Não consegue pensar (não consegue pensar) Todo aquele que dorme acordado defende o mito em comum Grita tão forte o que é fraco e opaco amargo apagado e sem brilho nenhum E grita tão certo o que nunca entendeu e vive uma vida inteira omisso Dormindo e com medo do seu pesadelo o espelho do ego em si refletindo A força do verbo que há de instruir o limbo real a população A paz a poder na manifestação de dentro para fora A força do verbo é o que há de instruir o limbo real a população A paz a poder na manifestação de dentro para fora o mundo é construção Todos aqueles que dormem operários Que um dia se rebelarão prum mundo de livros De mãos e irmãos amigos amores sem nenhum patrão Contra o aparelho reprodutor de corpos iguais normais homens dóceis Que escondem segredos por medo E por dor são frágeis demais são mortais que não ouvem As vozes do logos que acessam o devir e cantam um refrão: Emancipação! Capaz de conter o poder da opressão De tempos de outros com tinta nas mãos A força da arte é o que há de instruir o limbo real a população A paz a poder na manifestação de dentro pra fora o mundo é construção O corte da navalha no peito vem do arrependimento Das coisas a que deixei para trás por medo de tentar E agora eu sinto o peso do medo do mundo em movimento Marcado por remorso e tormento estou no meu velório a chorar