Desaguo a minha corrente até secar minha voz Desaguo alma corrente até chegar na foz Pôs tudo que é sagrado Sons e laços Nós Sob a mesma jangada Flutuando a sós Retornarás ao barro, a barragem quebrou Noé desesperado atrás de espécies de amor Dilúvio é engarrafado às cinco no metrô Se acomoda e rema Rema Rimador Se acomoda e rema, rema Rimador Quem tem olho é rei Em terra de cego Nada novo se o dia É ensolarado no inferno Liberdade pro Helicoca no país do futebol Tu imagina se isso fosse pinho sol Noé tá desesperado atrás de espécies de amor De espécies de amor Noé tá desesperado São novos tempos E nesse mar de gente e cimento A fé se dissipou do mundo O dilúvio já está acontecendo Na chuva que invade A cortina é fumaça O ávido vinagre exala E a sede passa São caras e coroas Arcas e canoas Todas de papel Cada um constrói a sua Como pode São parcas em cambos Taças e lavouras Não existe réu Cada um por si No seleto sacode Dois pés na lama Onde Rio era Doce Sangue que Vale ouro E vice-versa Tipo foice Pôs-se a navegar Sobre novas caravelas Com outros valores Sob a mesmíssima chancela Mesmice na panela Dita chance na cela Em lares como os lares da Maré Mesmice na panela Dita chance na cela No fim dessa carta Eu li a palavra “Noé” Quem tem olho é rei Em terra de cego Nada novo se o dia É ensolarado no inferno Liberdade pro Helicoca no país do futebol Tu imagina se isso fosse pinho sol Noé tá desesperado atrás de espécies de amor De espécies de amor Noé tá desesperado