Tapajós dos moleques, brincar de pira e de mergulhar Das lavadeiras negras que se juntavam pra conversar Rio das meninas moças que catam flores de aguapé E reclamam do boto por quê? Vira rapaz bonito e engana mulher Tua Lua é mais acesa e de madrugada te enche de luz Temos a mesma sorte nascer no norte que é o nosso lugar Juro que poesia não vai faltar Quem sabe até quisesse, ao invés do norte correr pro sul Banhar mulheres loiras, de pele branca e olhos azuis Ficar sem a mãe d’água sem ter a santa pra namorar Sem o isoca pra te reger, ficar sem a cantiga do uirapuru Ficar sem teus poetas, Maria José e Alter do Chão Mas, longe da pequena índia morena da cor do açaí Tu ias secar de saudades do povo daqui