Em pleno século XXI, ainda sou visto como estranho Condenado e julgado, como um pastor sem rebanho Apanho, dou meus pulos, não nasci quadrado Minoria extrema e agora, em qual artigo sou enquadrado? Sempre fui de dar valor pra aqueles que estão do meu lado Despreparo fala alto e eu várias noites sem dormir Deixo uns rap registrado, propago o que tenho falado Pra mostrar que o nativa não é merda pra nego ouvir E aí, cês ainda querem discutir, reprimir Se eu to nessa de mc é pra deixar o meu legado Pra chegar até aqui, mão estendida nunca vi Mas ó que fita, em dois tempos viro passado Vê se eu to errado, mesmo livre me sinto enjaulado Solitário, mesmo estando num ambiente lotado De pessoas, que tiram-me de vagabundo Dá licença ai chegado, vou ali ganhar o mundo Veja lá como fala, veja lá como se expressa Se eu não dei opinião é porque não me interessa Quero o mundo e quero agora e é contraste de emoção Mas pera lá, neguin, cê faz noção? Coé, cê faz noção do quanto vale isso pra mim? Se eu tô nativa faz um tempo, só prova que eu to afim Enfim, não foi em vão então espero algum retorno Sem fim, igual conclusão da rodovia do contorno Sai do alto forno as ideias pra somar Só respeita meu espaço que o tempo não vai fechar Então, se tá na chuva é melhor apertar o passo Onde as gotas são de aço certo é não se molhar Solos planos fazem parte dos meus planos Pra nos mostrar que plantamos muito além do que discórdia Futuro insano no solo em que pisamos Se vida é jogo de carta minhas rima são tipo exódia Oblitero, nativa sete dois zero Eu nunca me considero do seu mundo fictício Desenvolvido, faz parte do meu ofício Mais uma pro teu ouvido, isso aqui é só o início Veja lá como fala, veja lá como se expressa Se eu não dei opinião é porque não me interessa Quero o mundo e quero agora e é contraste de emoção Mas pera lá, neguin, cê faz noção?