Eu quero falar Mas as palavras não me cabem Quero conversar sobre o nada Vou considerar todo silêncio como prova De que não preciso provar nada Penso, não falo, me abalo No tenso vazio das ideias Lucidamente normais Que não consigo explicar Quando não sobrar Nenhuma tinta de linguagem E nada ecoar pelos ares A gente que cala vai se olhar E vai brilhar Porque não precisa de palavras