Toda a pele é bem pouca É raso o vaso do corpo Pra todo desejo, toda vontade Que a gente tem de se encontrar A luz que deixa meus olhos Não morre nenhuma estrela Sem tocar a face, o chão, a mesa E cair presa de outro olhar Quando o amor nos atira Pra fora, bem longe de nós mesmos Quem não partir tem salgada A boca, a casa e o jardim E a gente cumpre a sentença Ninguém cabe nunca em si mesmo A mais pequena alegria Não para, não aquieta num só coração