Nalva Aguiar

Cortina da Saudade

Nalva Aguiar


Queria ser um poeta
Pra fazer mais um poema
Queria ser trovador
Pra poder rimar um tema

Falar das coisas bonitas
Das belezas que já vi
Garça branca pantaneira
Meu pequeno colibri

Quase perdi a rima 
E o jeito de trovar
Vendo a estampa tão bonita 
Da querida Cuiabá

Capital matogrossense 
Me encheu de emoção
Me fez lembrar com carinho 
De uma grande canção

As madrugadas saudosas 
Onde canta o sabiá
A viola do Crispin 
Lindo jardim de Alá

A tarde fica morena 
Na hora do sol entrar
Parece a dor da saudade
Fez meu coração chorar

Lembrei por um madel
Da minha Minas Gerais
Berço do grande poeta
Que aqui não está mais

Plantou um pé de cedro 
Que nunca mais vai morrer
Me falou do poço verde 
Que jamais posso esquecer

Noro na esquina do adeus
Junto com a ingratidão
Cometeu pecado loiro 
Porque sentia a paixão

Eu fiquei amargurado 
Pela dor de uma saudade
E está fechada pra mim 
A cortina da saudade

As madrugadas saudosas 
Onde canta o sabiá
A viola do Crispin 
Lindo jardim de Alá

A tarde fica morena 
Na hora do sol entrar
Parece a dor da saudade
Fez meu coração chorar