Nos lugares que eu passei Sempre mostrei qualidade Pra cantar de improviso Não tenho dificuldade Um trovador que nem eu Não passa necessidade Na rima, faço proeza Deus que me deu, por defesa Toda essa mentalidade Toda essa mentalidade Meu amigo, Teixeirinha Me falaram em tua fama E eu prometi que vinha Eu também vivo da rima Desde quando menininha Vem depressa, não me embroma Hoje eu rasgo o teu diploma E fico cantando sozinha Ficas cantando sozinha Moça, não é bem assim Para vencer trovador Foi para o mundo que eu vim Em centenas de barbados Cantando, eu já dei o fim Venha de onde vier Me mato, se uma mulher Cruzar por cima de mim Cruzar por cima de ti O teu papo eu já conheço Te ouvi cantar com alguém Tu venceste, eu reconheço Mas, com a Nalva Aguiar Nem que te vire do avesso Juro, sem olhar pra cima Para me vencer na rima Este macho eu não conheço Este macho não conheces Tens em tua frente um macho Mamei até quatro anos E não fui criado guacho Castro o pé, na bananeira E ela não dá mais cacho Alma nenhuma se salva Se eu perder para a Nalva Não vai chover mais pra baixo Não vai chover mais pra baixo Agora, a Nalva te corta Vai ter que chover pra baixo Pra molhar a minha horta Se não te boto a correr Faço tu errar a porta E fazer o vento leste Trazer chuva pro nordeste Tu te endireita ou te entorta Eu me endireito ou me entorto Nalva, tu não me ofende Eu posso ficar nervoso E aí tu te arrepende Cantora da tua espécie Ninguém compra, ninguém vende Mas querendo ser cordial Vou te dizer a final De trova, tu não entende De trova, eu não entendo Teixeirinha, eu não sou burra Vou embarcar no meu carro Se não pegar, tu empurra Tu vai saber que salame Não é banana caturra Ainda digo para ti Hoje eu só saio daqui Depois de dar-te uma surra Depois de dar-me uma surra É o teu grande desejo Pra bater no Teixeirinha Tu tens que comer mais queijo Mas menina, eu te proponho Pela maneira que eu vejo Eu deixo tu me abraçar Me bater e me surrar Só se a surra for de beijo Só se a surra for de beijo Tu é um gaúcho redondo Estás querendo meu beijo Não vou te beijar e zombo Mas vou responder melhor Não vou ficar me opondo O povo vai gargalhar Eu quero ver tu beijar No ferrão de um marimbondo No ferrão de um marimbondo Vou ter que quebrar a telha Teu verso foi muito lindo De franzir a sobrancelha Vou te fazer uma proposta Pra coisa ficar parelha Primeiro, tu com carinho Vai ter que dar um beijinho No ferrão de uma abelha No ferrão de uma abelha Nem quero provar o gosto Pra beijar o marimbondo Tu também não estás disposto Pode ser no mês de julho Ou então no mês de agosto Aí, meu Deus, que coisa louca Prefiro beijar a boca Que tens grudada no rosto Que está grudada em meu rosto Chegaste aonde eu queria Os beijos da tua boca Quero duzentos por dia Já estou me derretendo Que pareço melancia Só o que eu receio agora Se o teu pai chegar na hora Credo em cruz, Ave Maria Credo em cruz, Ave Maria Sei que o velho não é flor Se puxar o trinta e oito Aí vai ser um horror Vamos ter que rezar muito Pra Cristo, Nosso Senhor Se o divino sacramento Fizer nosso casamento O pai aceita este amor