E o morro o que é? Pois é E o morro o que tem? Tem força, tem fé Tem o mal e tem o bem Mas meu lamento É pela situação De quem tá no relento Levando vida de cão Tem que ser forte E por Deus iluminado Tem que ter muita sorte Quem vê sufoco não enverga Mas enxerga o lado errado Foi na favela Que eu passei a minha vida E fiz amigos Que eu quero muito bem E eu tenho orgulho Da minha Rocinha querida Mesmo nas madrugadas perdidas Foi no morro que aprendi ser alguém Ser alguém Mas peço socorro Pro menino franzino Tão pequenino e de pé no chão Que cheira cola, não vai a escola E não come pão Jogado a sorte, lá vai Pixote Só e ainda sorrindo Flertando com a morte Se desconstruindo Pelo bandido, ele tem admiração Quer ser fogueteiro, olheiro Acha maneiro a pistola E a grossura do cordão Coitado dele, não? Coitado dele, por nascer nessa nação Quanto diabo pra atentar E falta um anjo pra pegar na sua mão