Empurro o tempo com a barriga, E será mesmo assim, Que se conduz o andor tão delicado? Não os paus nem a mão da fortaleza Mas a imagem frágil da santinha. E aonde é que vai dar A procissão comigo à frente, Se daqui pra trás é que minha alma tende. E deixo dia frouxo pra correr, De mim que bulo em nada, Nem sou incriminado por um exagero. Santo leve que aos paus se engancha, Se a correnteza for, como não espero, Medonha. Ligo os meus pensares numa linha tênue Que faz que me liga Mas à ponta pende, Meu corpo monstruoso, indelicado espera, Não me preparei pra morrer na véspera. E sigo e toco e vou apartando o povo, Procurando à frente, o que deixei atrás. A na discórdia dos corpos do espaço, Perco o meu provento, Me perco do tempo, Que já empurra com sua frente larga, Do meu pé não deixa, Minha vida não larga.