Às vezes eu acordo pra ver estrelas E choro vertiginosamente. E minhas lágrimas brilham E meus olhos se enchem de astros flutuantes. Sinto dores no silêncio E silencio tudo que em mim é barulhento Traiçoeiramente acordado de um sono escuro Mergulho copiosamente por entre belezas, acordado. Transtornadamente imergido na noite. Todas as dores estão sobre mim Tudo em mim padece, sofre e se esquece Que não acordei por querer, Que ninguém busca a brasa acesa E pisa sobre ela a encandear-se Porque a carne se mostra Em uma triste revolta e se expõe, Paradoxalmente, ao sofrimento. O meu peito na dura opressão Não se contenta com a brisa fria da noite. Marcas de ferro e de fogo, Prodígio gozo de uma alma penitente. E o meu espírito partido Vê-se entristecido, E não se abstrai com o que tem de sofrimento. Como uma presença que não me distingue.