Difícil falar do amor. Ele fugidio, abstraído, confuso Um nome dado a um sentimento Sintomático da Silva Dos sobrenomes todos da vida. E de que forma este vulto toca na gente Acompanhando a multidão dos tristes Na legião dos rebelados Rompidos a sangue e fogo Com suas práticas sentenciadas? Difícil dirigir-se a ele Pairar sobre as montanhas Às vezes ir muito além E gritar por muitos nomes Até que se explane o nefasto A má obra, peça inacabada E como se anunciarão seus dentes O seu semblante como se verá? Algo deplorável, compassivo à dor. Desconfiável, improvável que assim se mostre. Achegando-se como uma presa astuta, Pulando de galho em galho, irritadiça Fazendo caras e bocas, brincando à toa De nada ouvindo, tudo calando, O amor vem das visões de barcos, Em pleno mar, que ora aparecem, Ora escondem por trás das ondas, Em descompasso, com os olhos turvos Que sobem e descem desesperados.