Olho tudo em ti, todo o teu corpo E me revelam uma limpeza Que fizeram no céu. Estrelas em devaneios, tontas Que caíram e te pontilharam de sinais Os quais poderia alcançar, até por minhas mãos Tua nudez não mostra tua displicência Ou um sono de noite. Há nuvens que te cobrem E um branco espesso Em que às vezes me afundam Ao palmilhar o tamanho Da mais bonita visão desses tempos. Tua boca aberta, não me deixa certo De que meu nome tu pronuncias Ou se tu te comunicas com o teu feitor. Tu não és invenção, nem criação De um quadro onde o artista Aspergiu água em vez de fazê-la Olho pra tanta beleza e não te sinto indiferente Então não és o mistério que busco Quando já estou muito perto do sol E perigosamente me exponho Para admirar, mais confuso ainda A tua beleza difusa em perfeição. Propositadamente deitastes Na cama onde durmo, Do meu lado de costume. Mas só te faço alvo dos meus olhos Não buscaria mais que isso, Fosses tua beleza estampada só pra mim.