Eu faço versos como quem Num farol, um plantonista, Vê o céu muito além E perto de mim uma vista. Se vestem meus versos de espumas, Uma nudez quase mostrada, E os barcos que olho enfumam Suas velas na alvorada. Quanto mais claro vejo o amor, Quanto mais densa a letra escoa. Amor tem de ser motivo, uma dor. Quanto mais turvo olha-me o vazio, Mas me transformo em amor, Meus poemas são desvarios.