O amor quer fazer uma festa E não vê espaço onde possa Espalhar mesas e cadeiras E deixar um espaço para os que dançam. Seu corpo solto, de um amor criança. O amor quer brincadeira, quer fuzueira. Deixar cair de sobre os ombros Os encargos da dor, do ressentimento. Pudesse o amor ter calma e só amar. Batuca os dedos no granito frio Das encostas do parapeito Perto da veia que trinca o coração. Aqui o amor tem morado. Quando se sente dono, mas tem demorado Em amar, o exercício dos calejados. O amor quer a festa, que já comece O ritmar da dança. Bate coração faz força na mão. E começa por uma sonata de mozart. Mozart que fica quarto em quarto. O salão da festa, ganha espaço, avança Mas o amor não gosta, não queria amar. E se contrai mais que se esvai E o coração quer a alegria dele Já riu sozinho, até o espelho Já se barbeou ainda cedo. O amor madrugou fazendo planos Para no dia seguinte juntar-se Aos todos amantes, E ensinar-lhes de entusiasmos O que está em voga Fora e dentro, pelos corações.