Já houve um tempo em que da janela, Se via uma cidade projetada na calçada, Um espaço curto e fraterno, Onde as pessoas se acenavam de perto, Beijavam-se de perto, Despediam-se de perto, E se abraçavam várias vezes no dia. A janela existe com uma fila de jarros, Com flores silvestres, tiradas dos beirais das serras. Meus olhos me arremetem ao tempo da cidade, Agora esverdeada em sua base, E colorida em seu cume. Mas deu noutro lugar diferente. As pessoas de dispersaram, Alguns venderam outros compraram, Pedaços, vãos inteiros de terras. E tomaram distância umas das outras Ainda bem que resistiu o amor. E elas agora se beijam de longe, Acenam-se de longe, Despedem-se de longe, E quase não se vêem.