Enquanto passam-se as horas Os dias vão se acumulando despejados, Os anos que conto, são por ali separados. Os minutos vão-se como penas ao vento, Deles nada escrevi, não tomei nenhum assento. Enquanto as horas se apressam, Eu junto tudo com lentidão. Tudo quer estar disposto em seus lugares. A minha cadeira de balanço O pêndulo onde eu tenho montado Contando horas, Contando tempo, Contado dias, Remando com o pé nos pedais, Indo contra e a favor das marés E o que passa, que eu conto, Ninguém vê, nem sabe o que é, A ânsia da espera, o medo da cara aberta, Cabelos que não sei a cor, Olhos, que imagino claridade. E a minha idade, alguém contou, Todos os segundos E a hora por chegar... Por que contaram de mim Assim, desanimado?