Andas com o amor amarrado, Como amuleto no peito grudado, De vez em quando passe os dedos por ele, Pense nuns olhos, E a partir daí verás por eles. Aonde quer que se destinem os teus passos, Que já estejam os teus pensamentos, Penduras o amor e vai, E tua estrada será isenta, De ventos tempestuosos, E dos mais esquivos olhos. O amor protege como um guardião das abelhas, O amuleto que tens pendurado, a um desvio, De dentro dele sai uma centelha, Que esgueira o medo, muito mais que o sol. E não anda só quem traz ele ao pescoço, O amor é um dorso de um elefante dócil, É o céu dos que já temem a terra, É uma ambulância equipada inteira, Repleta de para médicos. Não correrão perigos os que andam com amor. O amor é um escudo que só aos olhos de quem tem Mostra-se. Vidro blindado, segurança dobrada, Amor é espada, é uma garrafada, Que quem não acredita, não toma e não fica bom. Amor é uma inquietação depois da cesta. À meia noite quieta-se e te protege Dos manguezais, se neles pisares, Nas florestas fundas se nelas te arriscares, Em alto mar, com parco medo, tu emergirás, E numa queda a que somos propícios flutuarás..