A tarde estava cinza e feia, Oscilante em seu humor de tempo. Entre o crispar das folhas sentenciadas, Às sombras ligeiras e ardentes, Iroconicamente posta sob a copa das árvores, Da mesma forma como se concebera fossem, Frias e acolhedoras. Mas aquela tarde era desigual, Uma tarde que veio enfear as outras. Ninguém mais lembrava Que existiam tardes belas, Por causa daquela. Imponderada, indesejável, chata. E todos ficaram saudosos das manhãs, Mas ela insistia em se demorar naquela tarde, A tarde repulsiva e cinza, cinza de resto de fogo, Que ainda fumegava, E prometia ir ao tempo em que durasse o seu tempo, E mais além, Confundir a noite e meter-se adentro.