Acaso esquecestes as mãos Que te abençoavam do regaço à boca. Nutrindo-se do pó da pele Que o teu corpo quente espalhava E lhes revolviam o vento. Acaso esquecestes o dorso largo Do benfazejo amor Que te conduziu onde bem quisestes, Às estrelas lá no seu cume, A lua no seu retorno. Quem te apontava o céu e não te deixava solta, Enquanto não chegava a aurora. Acaso esquecestes das noites mais turvas, Dos olhos sem rumos,dos braços laçados Por te bem querer. Acaso não lembras o nome,sequer os traços do rosto, De quem te amou com o gosto, de quem come a fruta Que mais desejara.