Sou, como sou, poeta Vivo numa linha reta Num paralelo de mim. Vou, como sou, sozinho Um rio que não se encontra Que faz a curva no estio E se deságua na sombra. E eu sou igual a outros Atordoados, despertos. Que vêem o céu refletido E acham a lua perto. Sou como uma saudade Carícias na minha idade. Eu gosto do pranto De ver chorar.