Contemplo o rio em seu percurso E tudo se parece no tempo O próprio momento Retenho nas mãos o que cabe dele Mas não o retenho E na efusão da água fervente Tomo vôo como uma ave rebelde A tentativa de conter sua corrente É a mesma de manter A minha vida no controle Do meu olhar, da minha vontade. Mas ela escoa por entre os dedos Ou segue o seu curso desde a nascente Como algo feito assim mesmo Que ninguém toca, não se retém E nem se revolve Para um reparo, que ajusta O que está incerto, O que a faz , muitas vezes doída.