Quanto tempo a gente leva Pra saber o que se quer Além de dinheiro, cerveja e mulher Quanto tempo o coração Ainda vai ter que sofrer Pra descobrir que o “ter” não é “ser” A sutileza das vãs seduções Nos embriaga o ser Nos conduzindo pra longe de nós Pra longe da plenitude do viver Tantos séculos se foram E incidimos numa involução Antes lascávamos pedra Hoje lascamos o coração Mas o sistema entorpece E não nos permite discernir Entre felicidade E o seu poder de consumir No mundo virtual Compartilhar e curtir É tão banal que me leva a refletir Sobre o que curtir e compartilhar Com quem necessita comer e amar