De volta a SP, onde meu celular funciona, mas eu nunca atendo, Jornada em dobro Meu talento me garante mais trabalho Quanto mais batalho, mais preciso de Alho e água benta pra deixar vampiros longe do meu mic Eu faço a coisa certa, feito Spike Lee Me movo feito Bruce Lee, em Operação Dragão Mimado, morto Eu sempre rimo torto, acerto bem no som da sua casa Sem efeito de fumaça ou barbitúricos Meu único trabalho é elevar a alma à areia Pra que a ceia seja farta Mais capital pra carta que escrevo Pra mulher que já me disse sim Se for comer capim, que seja orgânico e tratado Se for falar de mim, seja no mínimo educado, mais articulado Emcee que faz a base, lança o disco Corro o risco, como o taxista Max, em Colateral Corte longitudinal (ah!) Cérebro adentro pra mudar sua percepção No fone, com o espião, falo de progressão harmônica Bases de sete anos, nunca mudei meus planos Mas reprogramei as linhas pra chegar até aqui Evoluir dentro do caos da náusea, comer a flor Caráter não tem cor Mas minha rima é pelo canto dos escravos em navios Misture-me ao ritmo Função da hemoglobina, cada verso, mente e sina A-ha! Farpas, pregos, nuvens, orações Contas, broncas, timbres, transações Meu Star Wars termina onde Batman começa Nossa rima te arremessa pra uma outra dimensão Quase sempre sem refrão, em discos de vendagem baixa Depende da visão de quem os compra Eu rompo a face do juízo Convém dizer: preciso de mais tempo no estúdio Esquecer do jogo sujo das máscaras Que alternam em cirandas absurdas Pra não rodar nas curvas, flow antiderrapante Se a guerra é estressante pra quem tá ganhando Diz quem tá ganhando, se até o juiz que fazer gol? O amanhã chegou, mas alguns teimam em dizer: Ah! Isso aqui não é bem arte Releia meu encarte De tijolo em tijolo, eu te apresento a segunda parte A-ha! Farpas, pregos, nuvens, orações Contas, broncas, timbres, transações Escrevo torto nessa linha certa Me diz, aí, quem está alerta Então, desvende o maior segredo que pra mim é o mundo Porque, se a vida fosse um filme, no fim Eu sei que a dama sempre acabaria com um vagabundo Nesse mundo moribundo, não confundo Piso fundo, lá no fundo, eu já vejo uma janela aberta Quanto mais secreto eu sou, mais secretas as mentiras Que essa pátria sempre acoberta Poesia concreta, nesse mundo de concreto Onde janelas não se abrem Como as que abrem nos programas de computador Será que um NS5 realmente sabe o que é o amor? Será que linhas como essa serão escritas por algum robô? Extermine esse futuro como fez aquele tal ator Enquanto máquinas evoluem A humanidade sobrevive dias de terror Farpas, pregos, nuvens, orações Contas, broncas, timbres, transações