Ter tanta coragem eu quisera Pra não ficar só na quimera De ser assim como criança Inconsequente como poeta E tão prudente como asceta A contemplar toda bonança E ao me ver em seu olhar Eu vejo a Lua e vejo o mar Do seu lindo pensamento Encubro a admiração Entre o dolo e a retidão Desse estranho sentimento E na noite sonolenta A razão refaz-se lenta Enquanto há toque de oração Sonho a possibilidade Dessa loucura verdade De poesia, placa e cartão Se a esse sonho me permito Me condeno, me demito Deixo o sono chegar Mas se a noite lhe traz esperança Eu quero ser criança Só pra você ninar Criança, criança, criança Só pra você ninar