Crescem os muros Confundem-se os tempos Distância aumenta Diminui o vento O cimento é duro A brisa não pode passar Manhã que tece Fuligem já cedo Qualquer atalho É riste no dedo Trabalha e não vê Que o sono ainda vai te matar Leva na canoa o que traz paz Pelo mesmo rio dos ancestrais Feito água o tempo passa Sente a massa que tempera o gosto Dessa carne aguerrida que até perde a graça Mas não perde a raça Feito fogo queima os olhos O desejo que me move é aço Bafo quente do mormaço Corre nessas veias E incendeia Leva na canoa o que traz paz Pelo mesmo rio