Adeus até um dia, maldita hipocrisia Tu és razão pela qual o mundo perdeu magia O que é feito da alegria, da paz e da harmonia Estou cansado destas vozes de demagogia Tiro frases do meu ouvido vindas de boca nenhuma De alguém longe deste sitio que eu não volto a ver nunca Não sei lidar com perdas, pareço não sentir nenhuma Como se o ar quente não subisse do chão até minha cúpula Alguma coisa me diz que isto pode suar a desculpa Por não ser forte que baste para suportar o peso da culpa Dispenso que isso aconteça e que esta vez seja a última Porque sempre que eu digo sempre alguém diz quase sempre nunca Pelo caminho tanta inarmonia e desinteresse Que as vezes pergunto se alguém anda num diferente deste Que eu percorro, não posso viver sozinho num jogo Onde o nosso sucesso depende do pouco sucesso dos outros Porque é que as coisas são como são e não como deviam ser E as pessoas fazem escolhas que não deviam fazer O tempo é algo tão confuso e violento Que me vai deixando mais velho e mais novo quando eu penso Não quero não ter de enfrentar as coisas que eu mais temo Receio mais o medo do que as coisas que dão medo Não tremo porque não sou homem mas sim porque penso E me sinto capaz de prever o rumo dos acontecimentos Portanto, por mais que insistam tanto em pedir Não adianta quando temos tanto quanto o que nos possa impedir E nunca mais quero ficar, nunca mais quero fugir Se um dia tiver que voltar, aprendo a saber partir Adeus até um dia, maldita hipocrisia Tu és razão pela qual o mundo perdeu magia O que é feito da alegria, da paz e da harmonia Estou cansado destas vozes de demagogia (x2) Não quero mais deixar a inércia apoderar-se de mim Tão pouco ouvir falsas profecias sobre os dias do fim Procuro sempre ser sim ou não e nunca assim assim Sem trampolim passei barreiras como o muro de Berlim Não comerei vacas como um bom cidadão de Bombaim Não quero ouro, não quero diamantes, não quero marfim Procuro autonomia, isolar-me da anomalia, Do sistema que nos guia, distante do que devia Quero a destruição e sua fonte para lá da linha do horizonte E não quero que sobre quem conte quando o ódio saltar da ponte Não quero uma verdade que esconde, ocultando a face do pormenor Pois desejo vê-la em céu aberto como se fosse a ursa maior Sigo os astros como Gaspar, Baltazar ou Belchior Sensato como Salomão serei sansação, não imperador Procuro um pouco de espaço num espaço não conquistado Sem marcar passo no compasso, parto em passo acelerado Adeus até um dia, maldita hipocrisia Tu és razão pela qual o mundo perdeu magia O que é feito da alegria, da paz e da harmonia Estou cansado destas vozes de demagogia (x2)