Iê! Faz muito tempo Me dói só de lembrar Que o negro era escravo Apanhava sem parar Acordava bem cedinho E com a dor da chibatada Que ardia e não passava Ia pro mato trabalhar Trabalhava noite e dia Não sonhava e mal dormia E nem tinha tempo pra rezar Por causa de tanta angústia O negro fez uma luta E fingiu ser uma dança Pra poder se libertar Assustada com essa dança Que tinha gosto de vingança A polícia proibiu E tentou acabar assim Com a capoeira no Brasil Mas nada disso adiantou A capoeira foi mais forte Venceu o ódio e se firmou O negro agora é livre O pesadelo já passou Capoeira hoje é vida É arte, é poesia É mistério, é sentimento É vontade de vencer É vontade de cantar O laê laê lá Ô lêlê CORO