Eu não aguento mais pagar o pato E só degustar costela seca no meu prato Já não suporto mais engolir tanto sapo Penando nesse pantano como mais um condenado Já chega de caminhar por estrada minada Com a ferida nos meus pés, petisco para vira-latas Já não dá mais pra mastigar sapato E só sapatear para o sorriso do carrasco Se ao menos meu filme Não estivesse queimado Talvez meu retrato Não tivesse que ser falado Eu nem sei por que tenho me preocupado Pois se nem tenho identidade, não existo de fato E sem dinheiro então, o que sou eu? Um fantasma, uma estatua, ou um rato miserável? Se ao menos meu filme Não estivesse queimado Talvez meu retrato Não tivesse que ser falado