A vida na caatinga não é nada brincadeira Desde muito cedo, meu brinquedo era uma faca Lutando contra galhos de migalhas recortadas Samba de repente de repiques distorcidos Eu falei Eu danço no meio do terreiro Até meu sangue esfriar Meus olhos famintos com sono E a chibata vem me agraciar Eu falei, eu falei A miséria bate a porta de imburana mal lavrada Um matuto com graveto, traça o rastro de sua morte No meio do caminho um calango corta o tempo O sangue se escorre em seus olhos tão pequenos Eu falei Pelourinho resiste cansado Cansado de me segurar Liberta esse verme pensante E os seus versos vêm anunciar Eu falei, eu falei Eu falei Eu danço no meio do terreiro Até meu sangue esfriar Meus olhos famintos com sono E a chibata vem me agraciar Pelourinho resiste cansado Cansado de me segurar Liberta esse verme pensante E os seus versos vêm anunciar Eu falei, eu falei, eu falei, eu falei