Na cidade de santo de pau oco Quem tem muito, tem pouco E quem não tem nem quer mais E sentado eu fico Pois aqui nem um grito Há de se escutar! A carne calcinada Do homem não há mais nada Nesse chão vai brotar Olha Deus em teu bolso E de bronze e de ouro Vem nessa terra mandar Nascer pobre é pouco Para quem sente o gosto Do Deus que escolheu E viver é mentir Se enganar para sorrir Isto aqui não é teu E a sina não cega Pois a corda só quebra Na mão a calejar E a fome do homem Que aos poucos consome O que Deus lhe deu E na terra inerte Verde aqui até parece Que não mais vai marcar Mais o homem é forte Braços tensos e fortes Para luta vai rumar Racha o chão seu batente Sem poder rangir dentes A falta lhe marcou E a cria parente Continua sem dente E ao relento lançou