Esperança é olhar e ver nada a vingar E se acaso chover o rebento aflorar Não é praga nem sina, olha o que nos ensina Pois a cova que abre é gente lá de cima Como um ramo de arruda na reza A secar na lagoa rachada, onde há gado a morrer Urubu avoou no seu céu a entoar O seu canto de fome, anunciando o pior Anunciando o pior Anunciando o pior Urubu já deu fim Urubu já deu fim Urubu já deu fim Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Olho seco, sem pena, vendo um corpo em pena Avoando em volta do resto a tombar Esperando é sentença, na caatinga é assim Morreu cedo sem cova, urubu vai dar fim Nessa terra de sobra, a fartura é esmola Sete palmos isso é coisa que não há sobra E se acaso passar e um rebento não ver Pois a terra aqui come quem não tem o que comer Anunciando o pior Anunciando o pior Urubu já deu fim Urubu já deu fim Urubu já deu fim Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer! Na seca quem cospe tá sujeito a morrer!