MRO

Gole da Morte

MRO


Um gole de morte e a sensação de afago
Uma ginga de capoeira mano aguenta o fardo
Uma puxada pra dar aquele barato
Meu primo saiu da cadeia e eu quase fui preso por desacato

É que não me dou muio bem com leis
Perguntei pra minha preta se ela queria uma lace
Ela me disse que jamais seremos burguês
Mesmo que ficarmos ricos, nunca se acharemos reis
Mesmo eu dando um castelo pra minha coroa
É que pra quem vive na Sodoma só escuta Gomorra
É fácil querer ser, difícil é não se perder
Pelo caminho você até pode se arrepender
Mas quando chegar no alvo cê vai me entender
E dizer o quanto valeu a pena se desfazer
Do que tanto fazia mal, mas nos cegava

Pra perguntar se você estava bem, quantos chegava?
Ninguém quer fazer o corre, mas todos chegam ao ver ela dixavada
Apertar a mão da falsidade é o que testa a fé dos parça
Tipo padre casando o flow com o beat bem
A catedral é na favela
Ela diz que minhas rimas geral Kurt e coube bem
É o trem

E vocês se afoga com o próprio barulho
Pra quem vem da quebrada até um banheiro se torna home studio
Curto isso tudo
Mas não me adequado ao muito
Sou rua, não me importo com luxo
Pra mim Cês quer avadaquedrava só por eu ser o mais bruxo
Sinto muito, e sentimentos são tudo que enlouquece
Sou Kandinsky nessa realidade abstrata
Me mataram por teste
De sobrevivência
Nem mediram as reticências
Em pontos de interrogação às vezes buscando uma certeza

Veja, aprendendo com os próprios erros por ruindade
Seja melhor consigo mesmo e sentirá o baque
Venha, me traga todas suas verdades
O que corrompe o homem é as próprias invenções
Pra contar vantagem
Imagina o que se pode ter
Ir pra rave e usar drogas não é transcender
Catástrofes naturais, mostra o quanto a de perfeito

O foda que a mão do homem toca e bota defeito
Sua homeopatia não irá ajudar
Pois tô transformando tudo em poesia
Tu tem a opção de escolher se propagará o bem
Ou se terá uma vida vazia
Se permita, ou viva de arrependimento
Sua trilha é sonora ou ainda o barulho perde pro vento?
É que todas as balas perdidas apontam pro gueto
E não importam-se com o fato de a quebrada ser fábrica de talentos
Mas a fábrica de bico também é grande
Com as facas a postas pra dar nas costas eles se esconde
Se expandem e não cuidam da própria casa
Mas quer ser fiscal e apontar o dedo na cara
Essa é a diferença entre quem é e não
Quem tá lá só pra apontar o dedo
E quem estará pra estender a mão