Aperta o peito, dói o ventre amargura amarga a vida de cantar. É, parece, vem brotando das entranhas da miséria uma canção. Tantos quantos nus, sem dentes e os aplausos dessa gente que nunca me viu chorar. Desse lado do planeta dê licença moço pra eu poder cantar! As dores que lhe incomodam recito em versos num ato de fé. As lágrimas lhe encharcam o peito e não chegam a molhar a ponta do meu pé. É, novo dia virá! Zé, Maria, e João e Pedro - da miséria a inspiração. Nus, sem dentes, essa gente ainda traz os grilhos de escravidão. As lágrimas lhe encharcam peito e não chegam a molhar a ponta do meu pé. É, novo dia virá! Desse lado do planeta dê licença moço... Obs.: 2ª vez: ...Nus, sem dentes, nessa gente, em cada pranto, um grilho de escravidão