Terra à vista Gritava o capitão do convés Enquanto o vento tombava as velas Tudo afundava bem debaixo dos meus pés Tão perto e tão longe É tudo relativo Se eu fosse um peixe Eu poderia nadar Naufragando sem boia e sem chance de me salvar Submerso na água e sem alternativa Foi quando eu decidi respirar E pra minha surpresa Eu sobrevivia normalmente no fundo do mar Me tornei muito amigo do polvo Da enguia, da estrela e me casei com a sereia Já não procurem meu corpo, o mar é revolto Parece estranho dizer, mas eu não quero voltar Naufragando sem boia eu finalmente me encontrei Não me procurem Agora eu encontrei meu lugar Agora eu vejo que eu sempre fui um peixe Um peixe que não sabe nadar, mas se vira Um peixe que não sabe nadar Não fosse ao fundo do mar estaria perdido Quem sabe de mim sou eu Não há mais nada lá fora que me faça voltar Meu novo lar é um cardume de peixes Eu quero estar num cardume de peixes Na Terra dos peixes E agora eu já não estou mais só